A rotina terapêutica pode, muitas vezes, cair na repetição, criando um ciclo de atendimentos previsíveis que leva à acomodação do terapeuta. Isso pode ser mais perigoso do que a própria falta de conhecimento, já que o excesso de confiança pode comprometer a eficácia do tratamento. Para terapeutas que trabalham com desenvolvimento pessoal, autoconhecimento e adaptação, essa estagnação pode ser prejudicial, tanto para o profissional quanto para o paciente. Neste artigo, discutiremos a importância do planejamento contínuo nas sessões e como manter a qualidade do tratamento ao longo do tempo.
O Perigo da Acomodação na Terapia
É comum que terapeutas, ao longo de suas carreiras, percebam um padrão semelhante nas sessões: pacientes diferentes, mas com dinâmicas muito parecidas. Isso pode criar um sentimento de familiaridade excessiva, levando o profissional a se acomodar e deixar de planejar as sessões adequadamente. No início da carreira, é mais comum que os terapeutas realizem pesquisas sobre as questões apresentadas pelos pacientes, como compulsões ou conflitos familiares. Porém, com o tempo, essa prática pode ser deixada de lado, com o terapeuta adotando uma postura de improviso durante as sessões.
Essa falta de planejamento pode ser um risco, já que o terapeuta acaba conduzindo o paciente sem um roteiro definido para alcançar superação ou mudanças significativas. Por isso, é fundamental manter uma estrutura clara para cada sessão e para o tratamento como um todo.
A Importância do Planejamento de Sessões e Tratamentos
Embora muitos terapeutas argumentem que o planejamento de sessões depende das respostas do paciente em cada encontro, é crucial ter uma estrutura base para o tratamento. Isso não significa limitar o processo terapêutico, mas sim garantir uma direção clara. No método de hipnoterapia baseado em neurociências, por exemplo, o planejamento é inquestionável, pois o tratamento é dividido em três etapas:
- Neutralização de Conflitos: Identificar e resolver os conflitos iniciais que estão mantendo o paciente em um estado de estagnação.
- Programação e Amplificação de Resultados: Desenvolver novos comportamentos e reforçar as mudanças desejadas.
- Consolidação e Adaptação: Incorporar os resultados à vida cotidiana do paciente, garantindo a manutenção das melhorias obtidas.
Essa estrutura permite que o terapeuta e o paciente tenham uma visão clara do caminho a ser percorrido, aumentando a eficiência e os resultados do tratamento.
Flexibilidade Sem Perder o Foco
É verdade que situações inesperadas podem surgir durante o tratamento. Um paciente pode chegar à sessão com uma questão urgente, como um conflito recente no trabalho ou em casa, que precisa ser abordado. Nessas ocasiões, é aceitável desviar temporariamente do planejamento para lidar com o problema imediato, deixando claro para o paciente que esse desvio é uma exceção. O foco principal, no entanto, deve ser retomado na sessão seguinte, garantindo que o progresso não seja prejudicado por rotas de curto prazo.
Manter a consistência no planejamento é essencial para evitar que a terapia se transforme em uma sequência de conversas desconectadas. Essa abordagem ajuda a evitar a impressão de que o terapeuta está apenas explorando assuntos aleatórios, em vez de guiar o paciente para objetivos terapêuticos específicos.
Conclusão
O papel do terapeuta é manter o controle e a responsabilidade pelo tratamento, evitando cair na armadilha da acomodação. Um tratamento eficaz requer um planejamento estruturado e flexível, que permite ajustes quando necessário, mas mantém um foco claro nos objetivos do paciente. Terapeutas precisam estar atentos para não deixar o tratamento se tornar uma sequência de temas superficiais, e sim, uma jornada coordenada de superação e transformação.
Chamada para Ação:
Terapeuta, avalie suas práticas atuais e veja se há espaço para melhorar o planejamento das sessões. Compartilhe suas experiências nos comentários abaixo e vamos discutir maneiras de manter a terapia dinâmica e eficaz!